Se
eu fosse ainda criança...
Brincava
horas seguidas no quintal da minha casa ou às vezes na rua, no
Verão.
Brincava
com as bonecas e às casinhas, com a Maria José e a Tina. Tínhamos
as nossas casinhas no quintal, caiadas de branco, com prateleiras
para pôr a loiça. E as mobílias das bonecas, que o meu irmão mais
velho nos fazia com as caixas de madeira onde vinha a marmelada.
Brincava
aos cowboys com os miúdos da vizinhança e a minha irmã mais nova.
Ou
víamos televisão à noite, na primeira televisão que apareceu lá
na rua.
Jogávamos
ao elástico com o Agostinho (que nunca mais vi...).
Nas
férias grandes ia para a aldeia da minha mãe e eram os primos que
vinham de França, os banhos na ribeira, os bolinhos feitos no forno
de lenha...
Era
um tempo feliz!
Dávamos
valor às coisas.
E
nesse tempo ainda não me faltava ninguém!
Isabel
7 comentários:
Focaste um ponto importante, Isabel: na infância ainda nada ou ninguém nos morreu, o mundo é nosso e é amigável. Agora, a cada dia aumenta o nosso "cemitério interior"...
Feliz infância
Luisa
Tão bom brincar às donas de casa! E correr, correr.
Como dizes, as pessoas pareciam estar/voltar sempre, para as festas das famílias. E eternas (não eram).
também quero ir brincar com a casa das bonecas!
Não eram casas de bonecas, eram casinhas reais. Cada quintal (o meu e o das minhas vizinhas) tinha no fundo do quintal uma pequena divisão que era suposto ser um capoeiro ou uma arrecadação...era grande, tinha porta e uma grande abertura com uma rede. O meu irmão mais velho, a certa altura caiou-nos a casinha toda, de branco e colocou umas prateleiras de madeira nas paredes, para as loucinhas. Foi uma alegria! Foi a nossa casinha durante muito tempo (minha e das minhas irmãs). Brincávamos muito e eu era feliz.
A minha infelicidade daqueles tempos era a escola. Era demasiado tímida e detestava a escola.
Nem sei como fui para professora e gosto tanto de o ser, porque nunca gostei da escola, em idade nenhuma. Era uma prisão, uma seca, um tormento.
A vida tem destas coisas.
A tua descrição revela o teu entusiasmo de antes e também o de agora. Pelo que conheço de ti, estás toda aqui.
que bom revisitar uma infância feliz
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