Porque num pequeno detalhe, ela é: difícil e misteriosa e íntima e curiosa. Despojada e assim, só pode ser de M. Há as fotos que nos fazem pensar não sabemos o quê nem sabemos porquê ...
Rosalina e Bettips: Bem, não sabendo eu exactamente a que "misterioso" se referem (a fotografia ou eu?), digo que nada de estranhas são as vossas observações porque, de tanto andarmos aqui, já intuímos um pouco do que pertence a uns e a outros. E sabem o que me levou a escolher esta fotografia? Para além da dificuldade que por vezes se tem em abrir e fechar uma gaveta, pensei também na dificuldade que muita gente tem em guardar o que quer que seja que lhe for dito, para já não referir os segredos. Ou ainda as palavras que se guardam porque não têm som senão o do silêncio ou porque não têm eco e preferem permanecer recolhidas. E mais vos digo: esta cómoda pertenceu à minha avó paterna (que era muito calada, vejam lá) e tinha-a sempre fechada, o que me fazia uma grande confusão. O que lá tinha dentro não sei exactamente, apenas me lembro de que, quando eu e o meu irmão íamos ao quarto dela, ela abria a gaveta de cima e tirava de lá rebuçados que nos oferecia. Agora está no meu quarto, mas quem vive dentro das gavetas, são as minhas camisolas. O que ela pensa da mudança de hóspedes não faço ideia, nunca lhe perguntei, continua misteriosa...
Concordo, apesar de andar há menos tempo por aqui, concordo com Bettips e Rosalina...tem a cara da M. e do seu modo de ver e intrepretar as coisas do dia a dia, dos objetos em q tropeça todos os dias... e com a idade vamos tendo uma certa DIFICULDADE em abrir certas fechaduras. A cómoda parece ser linda, simples, sóbria e com o seu mistério... Falo muito, mas sei guardar BEM um segredo, uma situação, qq coisa... só digo o que quero e posso. mj
Quando a vi pela primeira vez, pensei que a chave era muito antiga e a fechadura também e que possivelmente já não era fácil fazê-las funcionar. Mas não só funcionam, como guardam lembranças e coisas mais recentes.
NÃO SEI SE GOSTO MAIS DA FOTO OU DA EXPLICAÇÃO DELA, QUE NOSTALGICAMENTE ME FEZ LEMBRAR A FOTOESCRITA. SEM DÚVIDA QUE PARA MIM A LEITURA IMEDIATA SERIA A DIFICULDADE EM ABRIR CERTAS GAVETAS, MAL QUE PADEÇO QUANDO ABRO ALGUMAS DAS DA MINHA DO QUARTO, QUE ESTÁ CHEIA DE REUMÁTICO! BJS TD
...esta cómoda pertenceu à minha avó paterna (que era muito calada, vejam lá) e tinha-a sempre fechada, o que me fazia uma grande confusão.... - Este excerto é delicioso.
Estou com a Teresa David, não sei se gosto mais da fotografia ou da história que a Manuela contou...
Fiquei aqui paradita a ler deliciada, apesar do tempo escasso e depois li o comentário da Mena e vi as mãos pequeninas da Manuela a tentarem abrir a gaveta que guardava os tão cobiçados rebuçados...
Que recordações tão bonitas, e como foi doce este momento, porque me trouxe à memória coisas parecidas e doces da minha infância. Arcas e tesouros são os temas que dominam as nossas memórias de infância.
Obrigada, Manuela, por este bocadinho...
Lembrar-me-ei deste momento ao longo do meu dia e direi que comecei bem esta Segunda-Feira! :)
17 comentários:
Vi a foto, sem reparar no autor. . E pensei: Tem de ser da M.. E era.
Gostaria de saber o porquê desta intuição.
Misteriosa.
Porque num pequeno detalhe, ela é: difícil e misteriosa e íntima e curiosa. Despojada e assim, só pode ser de M.
Há as fotos que nos fazem pensar não sabemos o quê nem sabemos porquê ...
Rosalina e Bettips:
Bem, não sabendo eu exactamente a que "misterioso" se referem (a fotografia ou eu?), digo que nada de estranhas são as vossas observações porque, de tanto andarmos aqui, já intuímos um pouco do que pertence a uns e a outros.
E sabem o que me levou a escolher esta fotografia? Para além da dificuldade que por vezes se tem em abrir e fechar uma gaveta, pensei também na dificuldade que muita gente tem em guardar o que quer que seja que lhe for dito, para já não referir os segredos. Ou ainda as palavras que se guardam porque não têm som senão o do silêncio ou porque não têm eco e preferem permanecer recolhidas. E mais vos digo: esta cómoda pertenceu à minha avó paterna (que era muito calada, vejam lá) e tinha-a sempre fechada, o que me fazia uma grande confusão. O que lá tinha dentro não sei exactamente, apenas me lembro de que, quando eu e o meu irmão íamos ao quarto dela, ela abria a gaveta de cima e tirava de lá rebuçados que nos oferecia. Agora está no meu quarto, mas quem vive dentro das gavetas, são as minhas camisolas. O que ela pensa da mudança de hóspedes não faço ideia, nunca lhe perguntei, continua misteriosa...
Concordo, apesar de andar há menos tempo por aqui, concordo com Bettips e Rosalina...tem a cara da M. e do seu modo de ver e intrepretar as coisas do dia a dia, dos objetos em q tropeça todos os dias... e com a idade vamos tendo uma certa DIFICULDADE em abrir certas fechaduras.
A cómoda parece ser linda, simples, sóbria e com o seu mistério...
Falo muito, mas sei guardar BEM um segredo, uma situação, qq coisa...
só digo o que quero e posso.
mj
Dificuldade tenho eu em comentar...
Parabéns M: mostras pouco mas sugeres muito!
Agrades
A caixa de Pandora...
Eu pensei que era para dificultar a abertura a certas mãos pequeninas...
Manuela como sempre fascinantes as associações que fazes a objectos do dia a dia!
Concordo com as comentadoras: esta foto só podia ser da M. pela originalidade, despojamento e elegância.
Quando a vi pela primeira vez, pensei que a chave era muito antiga e a fechadura também e que possivelmente já não era fácil fazê-las funcionar. Mas não só funcionam, como guardam lembranças e coisas mais recentes.
M., esta foto está magistral! Muito difícil comentá-la...por isso me vou, pé ante pé e silenciosa.
NÃO SEI SE GOSTO MAIS DA FOTO OU DA EXPLICAÇÃO DELA, QUE NOSTALGICAMENTE ME FEZ LEMBRAR A FOTOESCRITA.
SEM DÚVIDA QUE PARA MIM A LEITURA IMEDIATA SERIA A DIFICULDADE EM ABRIR CERTAS GAVETAS, MAL QUE PADEÇO QUANDO ABRO ALGUMAS DAS DA MINHA DO QUARTO, QUE ESTÁ CHEIA DE REUMÁTICO!
BJS
TD
...esta cómoda pertenceu à minha avó paterna (que era muito calada, vejam lá) e tinha-a sempre fechada, o que me fazia uma grande confusão.... - Este excerto é delicioso.
Já tudo foi dito, por isso a minha dificuldade em acrecentar algo mais.
Concordo que já tudo foi dito...até a madeira é muito bonita e a cómodo deve estar muito bem conservada para ter este brilho
Teresa Silva
Olá...aqui está ela de novo...aqui ainda fechada e difícil adivinhar o que era. Só uma fechadura difícil de abrir.
Estou com a Teresa David, não sei se gosto mais da fotografia ou da história que a Manuela contou...
Fiquei aqui paradita a ler deliciada, apesar do tempo escasso e depois li o comentário da Mena e vi as mãos pequeninas da Manuela a tentarem abrir a gaveta que guardava os tão cobiçados rebuçados...
Que recordações tão bonitas, e como foi doce este momento, porque me trouxe à memória coisas parecidas e doces da minha infância. Arcas e tesouros são os temas que dominam as nossas memórias de infância.
Obrigada, Manuela, por este bocadinho...
Lembrar-me-ei deste momento ao longo do meu dia e direi que comecei bem esta Segunda-Feira! :)
Um beijo
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