As
alegrias do meu amanhecer
Gosto do amanhecer,
é de manhã que começa o dia, digo eu, gosto de acordar de manhã
cedo, gosto da troca de “bom dia”, de um bom pequeno-almoço, de
madrugar para começar uma viagem de farnel, gostava de acordar cedo
para estudar, gosto de chegar cedo ao trabalho, telefonar aos
clientes logo à primeira hora, organizar e planear o dia, a manhã é
a parte do dia que mais gosto, cada manhã que começa é um livro em
branco de possibilidades, e se possível tomar o segundo
pequeno-almoço. Acordar e ver o sol a nascer é um privilégio, é
contagiante a beleza do amanhecer. Tirei esta fotografia há alguns
anos, o Nascente do Nordeste transmontano, o meu norte intuitivo, não
sei porquê, se não visse o sol a nascer diria que ali era o Norte,
chegava-me à varanda da cozinha, o meu lugar favorito, o meu
refugio, a visão ampla do meu mundo que acabava ali,
inconscientemente levantava a perna direita, pousava-a no murete,
apoiava o cotovelo no joelho, o queixo na palma da mão e ficava
parada, a ver o sol a aparecer vindo por trás dos montes, os gatos
aproximavam-se em equilíbrio no murete a fazerem gincana nos varões
da varanda, fazia-lhes uma festa sem tirar os olhos do sol, a terra a
girar para baixo (ou para a esquerda), lentamente, assim começava
mais um dia. Alegria, bom dia!
Mónica
8 comentários:
Gosto muito do teu texto, Mónica, não só porque está muito bem escrito, mas também pelas afinidades que tenho com esse teu gosto de levantar cedo, pelo fascínio da luz do amanhecer, a luz mais fantástica para fotografar!
E no texto nem sequer faltam os gatos, uma outra minha paixão - que mais é preciso para começar bem o dia?
Também gostei do texto. Isso era na sua terra ou foi apenas em férias?
Antigamente gostava de ficar a estudar ou trabalhar pela noite dentro e não gostava de me levantar cedo. Hoje, ainda trabalho pela noite dentro, mas gosto de me levantar cedo.
Lindo texto, Mónica!
Em terras sem prédios os amanheceres têm outro gosto, pé ante pé através dos montes. A tua descrição é muito bonita!
é a vista da casa onde vivi 18 anos, em Vila Real
Gostei de ler-te, Mónica, até porque partilho das tuas preferências. E fizeste lembrar-me outras madrugadas a acordar entre montes, outros lugares, outras latitudes, mas o mesmo sentir.
Um bonito texto e gosto especialmente da fotografia.
Teresa
Como tu, gosto também do amanhecer, gosto de abrir a janela, deixar entrar a luz e sentir ainda o fresco da madrugada. Mas gosto também do silêncio da noite, o que às vezes torna difícil de conciliar os horários.
Gosto de te ler.
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