Um
antónimo de alegria?
Natural
e instintivamente me lembrei do Payaso António, caracterizado,
maquilhado e pintado. Um flautista incrível, tocando e alegrando as
gentes que passavam, as muitas gentes que passavam diariamente na
Praça da Independência, em Montevidéu, Uruguai, já lá vai o ano
de 2008.
Instalava-se
bem cedinho, pela manhã, acompanhado da sua malinha de cartão de
onde saíam os artefactos mais incríveis e coloridos que jamais vi.
O António tinha o dom de os metamorfosear.
Tive
o prazer, a honra e a felicidade de falar com ele, manhã a manhã,
todas as manhãs. Era triste mas alegrava. Vivia num vão de escadas,
mas sorria. Alimentava-se de um cabaz social, igual todos os dias.
Enchia balões cheios de nada. Conhecia e amava o fado português.
Enviei-lhe 1 triplo CD, quando cheguei, para 1 apartado sem rosto.
É
um antónimo de alegria que querem?
É
quando rimos, chorando.
Margarida
5 comentários:
E quantos de nós não o faz diariamente?
Desde criança que os palhaços me entristeciam, e só bem mais tarde percebi porquê...
malabarista de sentimentos, sem rede, na corda bamba do lado errado da vida!
Excelente foto!
Os palhaços também me entristeciam. Uma fotografia chocante para lá da música que não ouvimos: os trejeitos de uma vida tão humilde e triste que se notam.
Chocante antónimo de alegria
Luisa
gostei de te ler e do remate do texto
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