Eu não disse que palavra puxa palavra... Desta vez veio da Bettips, sobre o rio Moldau...

A Bettips enviou também este texto:

"…O Moldau" data de 1853; Bedrich Smetana (1824-1884) o seu autor, músico da Boémia, estava também enamorado do nacionalismo. De facto, ele é o verdadeiro pai da música checa não só pela sua obra mas também pelo trabalho de harmonias, corais e escolas de música que criou ou ajudou em todo o país; ele queria que cada uma destas formações se dedicasse e preservar os cantos e danças típicas da sua província, a fim de lhes exaltar a beleza e o valor. O Moldau é apenas um dos seis poemas sinfónicos agrupados sob o título "A Minha Pátria", admirável monumento à glória da sua Boémia natal: nele descreve o solo, as paisagens; nele traça a epopeia dos seus heróis lendários. "O Moldau" deve o seu nome ao rio que atravessa a Boémia de um lado ao outro e que assim participa na vida dos seus habitantes. Através da música, iremos seguir o rio desde a sua nascente na sombra da floresta até que se torne um rio largo e majestoso.
A vida do rio é-nos contada em frases magníficas, largas e cantantes,cheias de poesia. Um ligeiro esboço de flauta sobre discretos pizzicatti mostra-nos o riacho na sua nascente. Com a entada de vários instrumentos, vêmo-lo crescer progressivamente; é agora um risonho riacho que participa na vida das pessoas. Os ecos de uma caçada chegam-nos; depois, sobre um ritmo bem marcado, notamos os cantos e as danças de um alegre cortejo de núpcias. À tardinha, tudo se acalma na Natureza, a quietude reina e a música esvanece-se até ser apenas um murmúrio. Bruscamente, é o canto magnífico dos violinos sobre o fundo de uma ligeira tagarelice dos bosques que nos contam as brincadeiras das ninfas dançando ao luar. E o curso de água cresce ainda mais com o chamamento do tema inicial. Mas após a floresta e a planície, eis que surjem os famosos rápidos de S. João com os seus remoínhos espumantes. A planície finalmente encontrada permite a que o Moldau se estenda majestoso e calmo até alcançar Praga, a grande, antiga e gloriosa cidade onde o rio toma uma nova grandiosidade."