Portugal é o país que me coube no nascer e decerto no morrer me caberá. Às vezes amo-o, às vezes aborreço-o, mas dele não posso nem quero alienar-me. É a minha memória, a minha língua, a minha paisagem. É pequeno, bonito, conformadinho. Desculpa-se com o fado e a saudade para não ter de falar em futuro. Por vezes, tem rasgos de audácia e sai da sua modorra para a descoberta das terras, do sol, da liberdade. Sabe fazer a festa do vinho, da bailação, do abraço amigo, do amor atrevido. Detesto-o quando é snob, presunçoso, chorando impérios e prometendo outros. Admiro-o quando se senta à sombra, a preguiçar, e depois se levanta e arruma uma quadra e nunca a lê ao filho que é doutor.
Talvez eu fale de um Portugal que só existe porque eu o quero assim.
Licínia
10 comentários:
Texto lindíssimo, Licínia. Apetece "pedir emprestado" :)
Uma faixa de terra Norte/Sul, tão diversa e que tão bem descreves. Sinto-o assim.
Só estando longe algum tempo se percebe bem o "pico" de saudade que este Portugal nos deixa, de nascença.
O teu texto é excelente, Licínia, estou em concordância com as tuas ideias, e não creio que o Portugal que tu descreves só exista no teu pensamento!
Margarida, é só pedir e levar, citando a autoria do inédito. Agradeço.
A quem possa interessar informo, embora tardiamente, que as fotos retratam: Vindima no Alto Minho, Igreja de Bravães, mar a Oeste, lagoa da Serra da Estrela.
hmmm parece a letra de uma musica assim a puxar ao sentimento, que tal uma batida hip hop, alinhas?
Mónica, a puxar ao sentimento?! hip-hop?! Ai...
Bonitas fotografias que bem ilustram o texto.
Teresa
Um belo texto, Licínia.
Portugal é o país mais bonito do mundo inteiro. Não me interessa que não sente assim.
luisa
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