Um passeio pelo Alentejo em dias de maio. Com a companhia de amigos, e que me levou a sair desta Lisboa suja, barulhenta, alicerçada em obras intermináveis, trânsito caótico, transportes públicos atulhados de gente em desconforto, “a rebentar pelas costuras” de um tecido de má qualidade de vida. Foi bom respirar mais uma vez aquela outra paisagem ampla que me acolhe sempre e me mostra os seus segredos. Até com Xerazade me encontrei em pensamento quando, ao visitar e fotografar a Adega José de Sousa em Reguengos de Monsaraz, me lembrei da História de Ali Babá e os Quarenta Ladrões. Os panos a cobrir as talhas de argila têm qualquer coisa de oriental, mais as sombras, o ambiente pouco iluminado, o mistério do silêncio do Tempo que passa e deixa rasto e se renova. «Fundada em 1878, a Adega José de Sousa é uma adega única no Mundo e uma das mais antigas e tradicionais do Alentejo, possuindo uma excecional coleção de 114 talhas, algumas que ainda são utilizadas para produzir o famoso vinho de talha, mantendo viva uma tradição iniciada pelos Romanos há mais de 2.000 anos.» (*)
M
(*)
6 comentários:
Até me parece impossível...
E o "Abre-te Sésamo" funcionou para a visão de lugar tão antigo.
Alivia "fugir" de Lisboa e do seu caos, é agradável entrar no Alentejo e na sua serenidade, e ainda é mais compensador visitar locais especiais, misteriosos, históricos, belos, como tu tiveste ocasião de fazer.
Ainda bem!
Lembrei-me dos romanos, de Júlio César de capa a passear por ali, ou talvez o Obélix a cair numa talha de poção mágica. Bonito lugar. Bem cuidado.
E a Morgiana por ali a confundir Ali-Babá.Que belo texto.
Fabulosas estas fotografias da adega. O alentejo é diferente...
Teresa
Um encanto de adega
Luisa
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