Se
para o ano houver crianças que mantenham a sua ingenuidade e
continuem a fascinar-se com as iluminações das ruas, sem
apreenderem o seu sentido último; se para o ano houver famílias que
continuem a escolher esta época para encontros e reencontros entre
amigos e parentes; se para o ano ainda houver gente tolerante e
aberta que continue a achar encantadoras as recriações de pequenas
aldeias a que chamamos presépios, com musgo a desenhar caminhos e um
berço de palhas com um bebé deitado; se para o ano as ruas e
montras forem de novo palco e chamariz de consumos, para onde as
gentes são empurradas quase compulsivamente; se para o ano ainda
houver quem acredite que nesta época se festeja o nascimento de um
menino que alguns consideram filho de deus e outros um profeta
nascido na Judeia; se tudo isto acontecer…então sim, para o ano há
mais Natal!
Justine
(fotografia de uma ilustração de Alex Gozblau, no artigo O Burro do Presépio e todos os outros, de José Tolentino Mendonça, Revista E de 9/11/2019)
1 comentário:
pois assim será se...
belo texto!
Enviar um comentário