Fui
protagonista de várias histórias (fictícias) de Natal. Era eu
criança. Meu irmão, mais velho, esgueirou-se (no dia de Natal e
respectivas prendas) para o quarto dos nossos pais. Disse, com voz
tendencial: «Bom dia então não é esta noite que o Pai Natal passa
por cá?» Os meus pais entreolharam-se e responderam, olhando de
esguelha para a janela. Meu irmão sabia teatrar estas coisas:
voltou-se para a porta que abria caminho directo ao corredor, dizendo
já fora de campo: «Dizem que Ele está a oferecer canetas
Sheaffers.»
Fiquei verde;
afinal
os filhos mais velhos faziam o pedido ao verdadeiro pai Natal como
quem sabe, pelos outros, a verdade da mentira
em forma de caneta de luxo. O,,,meu
irmão recebeu a tal caneta e eu uma caixinha de aguarelas.
Rocha
de Sousa
1 comentário:
A caixinha de aguarelas fazia sentido que fosse dada a quem gosta de tintas e cores.
Enviar um comentário