quinta-feira, dezembro 12, 2019

9. Rocha/Desenhamento



Fui protagonista de várias histórias (fictícias) de Natal. Era eu criança. Meu irmão, mais velho, esgueirou-se (no dia de Natal e respectivas prendas) para o quarto dos nossos pais. Disse, com voz tendencial: «Bom dia então não é esta noite que o Pai Natal passa por cá?» Os meus pais entreolharam-se e responderam, olhando de esguelha para a janela. Meu irmão sabia teatrar estas coisas: voltou-se para a porta que abria caminho directo ao corredor, dizendo já fora de campo: «Dizem que Ele está a oferecer canetas Sheaffers.» Fiquei verde; afinal os filhos mais velhos faziam o pedido ao verdadeiro pai Natal como quem sabe, pelos outros, a verdade da mentira em forma de caneta de luxo. O,,,meu irmão recebeu a tal caneta e eu uma caixinha de aguarelas.
Rocha de Sousa

1 comentário:

M. disse...

A caixinha de aguarelas fazia sentido que fosse dada a quem gosta de tintas e cores.