quinta-feira, abril 23, 2020

4. Justine

Como o guardador de um rebanho
tem sua cabana e vigia,
eu sou cabana, Senhor, nas tuas mãos sem tamanho
e sou noite, ó Senhor, da tua noite fria.

Vinha, prado, velho olival
campo que a Primavera não perde,
figueira centos de frutos a maturar,
mesmo em terreno de mármore que não cede:

Exalam perfumes teus ramos floridos.
E tu não perguntas se estou a vigiar;
sem medo, diluídos em seivas e escondidos,
teus abismos sobem por mim ao passar.

Justine

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