quinta-feira, abril 23, 2020

6. Luisa

Como o guardador de rebanho
tem sua cabana e vigia,
eu sou cabana, Senhor, nas tuas mãos sem temor
e sou noite. Ó Senhor, da tua noite fria.

Vinha, prado, velho e verdejante,
campo que a Primavera não perde,
figueira centos de frutos a monte,
mesmo em terreno de mármore que não cede:

Exalam perfume teus ramos alongados.
E tu não perguntas se estou a vigiar;
sem medo, diluídos em seivas ocultas,
teus abismos sobem por mim ao passar.

Luisa

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